Acupunctura
Arriscaria que já todos ouviram falar de Acupunctura.
Mas será que todos sabem o que é a Acupunctura e em que situações se usa?
Breve história
O que é a acupunctura?
Conceito de Qi
Teoria dos meridianos
Teoria do Yin e Yang
Quais os principais objectivos da acupunctura?
1 - Prevenir e tratar as desarmonias na circulação da energia (Qi);
2 - Fortalecer o sistema imunitário,
3 - Aliviar a dor e tratar outras condições,
4 - Promover e recuperar a saúde,
5 - Reduzir o stress,
6 - Prevenir e tratar as desarmonias físicas e psíquicas.
Indicações
Quem pode exercer Acupunctura em Portugal?
O que é a acupunctura?
Conceito de Qi
Teoria dos meridianos
Teoria do Yin e Yang
Quais os principais objectivos da acupunctura?
1 - Prevenir e tratar as desarmonias na circulação da energia (Qi);
2 - Fortalecer o sistema imunitário,
3 - Aliviar a dor e tratar outras condições,
4 - Promover e recuperar a saúde,
5 - Reduzir o stress,
6 - Prevenir e tratar as desarmonias físicas e psíquicas.
Indicações
Quem pode exercer Acupunctura em Portugal?
Breve história
Para falarmos de acupunctura temos de viajar no tempo milhares de anos atrás. Porquê? Porque não é possível falar em acupunctura sem falar em Medicina Tradicional Chinesa ou MTC. A Medicina Tradicional Chinesa é um sistema de saúde holístico que remonta a mais de 3000 anos atrás. A acupunctura tem as suas origens na Medicina Chinesa e a sua prática está totalmente enraizada nos princípios filosóficos e médicos da Medicina Tradicional Chinesa.
O desenvolvimento da acupuntura pode ser atribuído à observação da Natureza e à compreensão da circulação da energia no corpo. Os chineses antigos perceberam que ao estimular pontos específicos no corpo conseguiam restaurar a circulação de energia e aliviar sintomas de doenças ou desconfortos. Eles entenderam que quando tinham, por exemplo, uma dor de Estômago e pressionavam numa determinada região do corpo, a dor aliviava, o mesmo se passava no caso de outras condições. Também descobriram que quando usavam agulhas (na altura feitas de ossos) e picavam um local específico do corpo conseguiam aliviar a dor noutras zonas do corpo. E terá sido desta forma que desenvolveram e estabeleceram um mapa de pontos do corpo e descreveram e atribuíram as funções e acções a cada ponto e região. O mapa de pontos do corpo ajudou a estabelecer a teoria dos meridianos e pontos, que é uma teoria muito importante no diagnóstico e tratamento da Medicina Chinesa e da Acupunctura. Isto levou ao desenvolvimento da acupunctura como abordagem terapêutica.
Uma forma primitiva de acupunctura pode ser rastreada até pelo menos à Nova idade da Pedra (ou período Neolítico de 7000 a 1700 a.C.), quando “Bian” ou “Bian Shi”, um bocado de pedra plana afiada e polida ou agulha de pedra era usada para tratar doenças através da estimulação/punctura de determinadas partes do corpo. Além de pedra, as agulhas na China antiga foram também feitas de metal, ossos afiados, prata e bronze. Num passado muito longínquo eram estes os instrumentos que se usavam na China para tratar problemas de saúde e desarmonias energéticas.
O primeiro documento que inequivocamente descreveu um sistema organizado de diagnóstico e tratamento que é reconhecido como acupunctura é o Clássico de Medicina Interna do Imperador Amarelo também conhecido por Huangdi Neijing. Este livro oferece uma compreensão abrangente sobre os princípios, teorias e técnicas da acupunctura no contexto da Medicina Tradicional Chinesa.
O que é a acupunctura?
A acupunctura teve origem na China antiga e, juntamente com a Massagem Tuina, a Fitoterapia Chinesa, a Dietética Chinesa e o Qi Gong, é uma das cinco principais abordagens terapêuticas da Medicina Tradicional Chinesa.
De acordo com a legislação em vigor em Portugal, “a acupunctura é a terapêutica que utiliza métodos de diagnóstico, prescrição e tratamentos próprios assentes em axiomas e teorias da acupunctura utilizando a rede de meridianos, pontos de acupunctura e zonas reflexológicas do organismo humano, com o fim de prevenir e tratar as desarmonias energéticas, físicas e psíquicas. A acupunctura é uma terapêutica com uma concepção holística, energética e dialética do ser humano, que assenta numa filosofia e metodologia específicas baseadas na Medicina Tradicional Chinesa e que aplica processos específicos de diagnóstico e métodos terapêuticos próprios, tendo por base as teorias da Medicina Tradicional Chinesa, para promover e recuperar a saúde e prevenir e tratar as doenças”.
A acupunctura consiste na inserção de finas agulhas em determinados pontos do corpo, após um diagnóstico prévio e individualizado. A acupunctura pode ser usada em simultâneo com outras abordagens terapêuticas da Medicina Chinesa. Podemos associar a acupunctura com ventosas ou Moxabustão, por exemplo.
Hoje em dia e ao contrário dos materiais usados antigamente, as agulhas usadas em acupunctura são feitas de aço inoxidável. Normalmente têm uma espessura de 0,25 mm e são ligeiramente mais espessas do que um fio de cabelo. As agulhas são filiformes, esterilizadas, de utilização única e exclusiva por pessoa e são descartadas após a sua remoção do corpo. As agulhas não têm nada dentro delas e não injectam nenhuma substância no nosso corpo.
A acupunctura é uma abordagem terapêutica chave da Medicina Chinesa e baseia-se nos seus princípios e teorias fundamentais. Esses princípios e teorias incluem o conceito de Qi, a Teoria dos meridianos e a Teoria do Yin e Yang.
Conceito de Qi
O Qi é a energia que circula pelo nosso corpo e é considerada a base da saúde e do bem-estar na Medicina Chinesa. Segundo este conceito, quando o Qi está em equilíbrio e circula livremente pelo corpo, ou seja, quando há livre fluir do Qi, o corpo está saudável. Caso contrário, quando não há livre fluir do Qi, ou seja, quando há algum bloqueio à livre circulação de Qi podemos estar perante uma situação de dor ou doença. Este conceito de Qi está envolvido nos vários processos fisiológicos e energéticos do nosso organismo como a digestão ou a nossa resposta ao stress, por exemplo.
Teoria dos meridianos
De uma forma muito simplificada, os meridianos são uma rede de canais energéticos fundamental à livre circulação de Qi, sangue e líquidos orgânicos pelo corpo. Esta rede liga os tecidos, os órgãos e os membros. Apesar de funcionarem como um sistema de canais, os meridianos não são vasos sanguíneos nem têm estrutura de canal anatómico.
A cada meridiano associam-se pontos de acupuntura específicos, que são locais ao longo dos meridianos onde é maior a concentração de Qi e onde é possível influenciar e regular a circulação de Qi e Sangue.
Os pontos de acupunctura são essenciais à prática da acupunctura e são selecionados com base no estado de saúde, condição energética e diagnóstico de cada pessoa, assim como no efeito terapêutico que se pretende alcançar.
Teoria do Yin e Yang
Yin e Yang são forças opostas mas complementares que existem no Universo e no nosso organismo. O Yin representa características como escuridão, frio, lentidão. Por outro lado, Yang representa características como luz, calor e actividade. Na Medicina Chinesa, a saúde depende do equilíbrio do Yin e do Yang no corpo. Quando o Yin e Yang estão em harmonia, existe um estado de equilíbrio e bem-estar. Contudo, desequilíbrios ou perturbações na relação Yin Yang podem causar doenças.
A acupunctura tem como objetivos regular a circulação de Qi, equilibrar o Yin e o Yang, eliminar factores patogénicos e repor a harmonia no corpo e mente.
Quais os principais objectivos da acupunctura?
Como já vimos, a acupunctura consiste na inserção ou punctura de agulhas finas em determinados pontos de acupunctura no corpo com intenção terapêutica ou preventiva, ou seja, com o objectivo de tratar ou prevenir doenças.
A acupunctura tem variados objectivos e depende de cada caso.
Os principais objectivos da acupunctura são:
1- Prevenir e tratar as desarmonias na circulação da energia (Qi);
Ao reequilibrar o Yin e o Yang, ao eliminar bloqueios ou perturbações na circulação da energia ou através da regulação das funções dos órgãos e da harmonização das emoções, a acupunctura previne e trata desarmonias na circulação da energia;
2- Fortalecer o sistema imunitário,
A acupunctura pode reforçar a actividade do sistema imunitário e reduzir a inflamação e o stress que são dois factores que em caso de exposição prolongada prejudicam a nossa imunidade e saúde geral;
3- Aliviar a dor e tratar outras condições,
A acupunctura pode ajudar a aliviar vários tipos de dor, incluindo dores músculo-esqueléticas, dores de cabeça, dores menstruais e dores crónicas;
4- Promover e recuperar a saúde,
A acupunctura ajuda a equilibrar a energia do corpo, a reduzir a inflamação, a regular o stress, a eliminar a dor e a promover um bom funcionamento do organismo;
5- Reduzir o stress,
A acupunctura promove o relaxamento e reduz o stress ao estimular a libertação de substâncias do nosso corpo que vão naturalmente reduzir o stress e melhorar o humor;
6- Prevenir e tratar as desarmonias físicas e psíquicas.
A acupunctura ajuda a melhorar a saúde física e mental ao regular a resposta do corpo ao stress, ao estimular o sistema imunitário, ao melhorar a digestão, ao melhorar a qualidade do sono e ao promover a calma e o relaxamento.
Indicações
Num relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a acupunctura está indicada em casos de:
· Dor – Dor de cabeça por tensão, enxaqueca, dor crónica na face, dor e disfunção na Articulação Temporo-Mandibular, dor cervical, Espondilite cervical, periartite no ombro, fibromialgia, fascite, Epicondilite (cotovelo de tenista), dor lombar, ciática, dor de joelhos, artrite reumatóide, dor de garganta ou estiramento muscular.
· Infecções;
· Distúrbios neurológicos;
· Distúrbios respiratórios - Rinite alérgica, amigdalite, dor de garganta, asma;
· Distúrbios digestivos - Dor de estômago, náuseas, vómitos;
· Distúrbios sanguíneos;
· Distúrbios urogenitais;
· Distúrbios ginecológicos - Regulação hormonal e dismenorreia;
· Distúrbios cardiovasculares;
· Distúrbios psiquiátricos e perturbações mentais – Depressão;
· Distúrbios pediátricos;
· Distúrbios dos órgãos dos sentidos;
· Doenças da pele;
· Dor oncológica e alívio das reacções adversas da radio e quimioterapia.
A acupunctura é uma abordagem terapêutica natural, sem químicos, não tóxica e as reações adversas são mínimas. Nas reacções adversas podemos incluir hematomas de pequenas dimensões (as nódoas negras), tonturas ou sonolência/relaxamento após a consulta.
Quem pode exercer Acupunctura em Portugal?
Apenas os detentores de cédula profissional de Medicina Tradicional Chinesa ou de Acupunctura podem exercer legalmente Acupunctura em Portugal como se pode confirmar nos artigos seguintes de duas portarias distintas publicadas em Diário da República:
Artigo 3.º
Acupunctor
1 — A acupunctura é exercida sob o título profissional de acupunctor.
Artigo 3.º
Especialista de Medicina Tradicional Chinesa
1 — A Medicina Tradicional Chinesa é exercida sob o título profissional de especialista de Medicina Tradicional Chinesa.
Artigo 4.º
Referencial de competências
2 — O especialista de Medicina Tradicional Chinesa deve ser capaz de:
d) Aplicar métodos específicos da Medicina Tradicional Chinesa, tais como:
i. A inserção e manipulação de agulhas sólidas, (...) nos meridianos e pontos de acupuntura;
ii. A inserção e manipulação de agulhas em zonas reflexológicas;
A acupunctura é segura se for realizada adequadamente e por um especialista de Medicina Chinesa ou Acupunctura devidamente formado, treinado e detentor de cédula profissional.
Obrigada pelo vosso interesse na Medicina Chinesa e por estarem desse lado! Até à próxima!
- Vânia
Referências Bibliográficas
Ma, K. (1992). The Roots and Development of Chinese Acupuncture: From Prehistory to Early 20Th Century. Acupuncture in Medicine, 10(1_suppl), 92-99.
Shen Xueyong & Wang Hua. (2007). Acupuncture and Moxibustion (2ed). People’s Medical Publishing House
WHO (2002). Acupuncture: Review and Analysis of Reports on Controlled Clinical Trials. World Health Organization.
Portaria n.º 207-F/2014 de 8 de outubro. Diário da Républica, 1.ª série – Nº194, páginas 9-11.
Portaria nº 207-G/2014, de 8 de Outubro. Diário da Républica, 1.ª série – Nº194, páginas 11-13.
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